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31 março 2010

Estilos Musicais: Industrial

Recentemente fiz uma discotecagem no Cavernas Bar aonde boa parte das músicas eram industrial metal, então resolvi abrir os posts de estilos musicais com o industrial.

Música industrial é um termo usado para definir o gênero de alguns estilos musicais eletrônicos e experimentais criados desde o final da década de 1970 até os dias de hoje, como o som experimental de Throbbing Gristle, Einstürzende Neubauten, Cabaret Voltaire ou até o neofolk de bandas como Forseti.



O Industrial é a música eletrônica intensa e por vezes pesada, cheia de ruídos e barulhos inesperados. Trata-se de um gênero musical que prima um conceito de independência e experimentalismo, com o uso de fontes não-musicais, como sintetizadores e guitarras distorcidas, timbres metálicos, ruídos plásticos, sons de sucatas, de correntes, vidros se quebrando, entre outros sons tirados de instrumentos "não-convencionais". É normal usar também colagens e experimentações com sintetizadores primitivos, fitas magnéticas e rádio para produzir música eletrônica, que freqüentemente continua sons e estruturas abstratas. Tudo isso como modo de representação do fascínio pelas qualidades hipnóticas e "mágicas" da própria estrutura do som.


Primeira Geração: A Música Concreta (1940-1950)

Pode se considerar que os pioneiros daquilo que mais tarde seria chamado de música industrial foram os compositores da música concreta. Um estilo musical ainda erudito, onde os compositores faziam parte do movimento avant-garde e portanto se importavam com o experimentalismo e a desconstrução sonora. Deste modo, acabaram criando a música eletrônica e a música experimental, e a junção destes dois gêneros é justamente o Industrial. Os representantes mais notáveis desta geração foram Pierre Boulez, Karlheinz Stockhausen, Edgar Varese, entre tantos outros.

Segunda Geração: Krautrock e Pós Punk (1960-1970)

Influênciados pela geração avant-garde e pelo rock progressivo da época, alguns compositores resolveram divulgar a música experimental em uma versão mais popular. Surgiu assim as bandas do Krautrock, como o Neu!, Kluster e o influente Kraftwerk. Estes seriam os pioneiros do industrial no mundo das bandas e gravadoras. Um tempo depois, influênciados pela cultura punk, surgiria algumas bandas que também se interessariam pelo experimentalismo eletrônico, como o Pere Ubu, Suicide, Killing Joke e o Clock DVA. A banda Throbbing Gristle já havia sido também criada antes destas três, porém ela seria a representante da terceira geração, quando as bandas passariam a ser consideradas industriais.

Terceira Geração: Firmamento do Industrial (1970-1980)

A terceira geração surgiu quando o termo "industrial" é inventado e é apartir daí que ele finalmente passa a ser considerado um autêntico gênero musical. O termo, cunhado por Monte Cazazza, levava a idéia de uma música criada para uma nova geração de pessoas, sendo toda a anterior, "agricultural". Depois de um tempo, porém, ele foi reinterpretado como se representasse uma "estética industrial". Surgiu assim uma série de compositores que adotaram este gênero. As bandas industriais clássicas são o Throbbing Gristle, Cabaret Voltaire, Skinny Puppy e o Einstürzende Neubauten.

Quarta Geração: Crossovers (1990-2000)

Esta geração, talvez a mais famosa de todas, foi aquela que resolveu misturar o gênero eletrônico industrial com outros estilos. Alguns destes crossovers já haviam sido inventados nos anos 80, mas foi nessa época que atingiram o grande público. Uma das misturas por exemplo, é o Industrial com o Synthpop, que ficou conhecido como EBM. Já outras bandas como o Atari Teenage Riot resolveram misturar o industrial com o techno e o punk rock hardcore, surgindo assim o Digital Hardcore. A mistura com o folk também ficou conhecida como Neofolk, e a mistura com a música ambiente ficou conhecida como Isolationism. A fusão mais famosa de todas sem dúvida é a do Industrial com o Rock, chamado simplesmente de Rock Industrial, cujo maiores representantes são o Nine Inch Nails e o Killing Joke. Mais tarde surgiria o Metal Industrial, de bandas como KMFDM, Ministry, e o Rammstein.

Quinta Geração: Do Experimental ao Pop (2000-atualmente)

Aqui os crossovers continuaram em alta, a diferença porém foi a perda dos valores experimentais, e o Metal Industrial passou então a ser considerado "rock com qualquer tipo de música eletrônica", o que irrita alguns Rivetheads, que acreditam que a princípal característica do industrial é justamente o experimentalismo e a desconstrução eletrônica, afirmando que certas bandas poderiam ser mais encaixados no termo new metal do que no industrial em si. Esta questão inclusive já havia sido discutida ao observar as características sonoras do Rammstein e do Marilyn Manson. Outros fãs porém, são mais saudosistas com os novos grupos, destancando-se o Celldweller, Dope, Static-X, Deathstars, entre outros.

Sexta Geração: Círculos Fechados (1980-atualmente)

Com o surgimento do crossover, e a banalização do termo industrial por outras subculturas (como roqueiros e góticos), muitos dos ditos amantes da música industrial decidiram isolar-se completamente do que para eles seria o sequestro do industrial pela chamada indústria cultural, sendo assim, esta geração enfatiza uma séria de princípios bem como uma segregação total da cena industrial em relação á qualquer outra e a ultra valorização do espírito contracultural da música industrial, sendo expressa tanto no experimentalismo e no espírito vanguardista bem como em ações diretas. Tal cena circunda os estilos mais extremos da música industrial, os quais evoluiram diretamente da música industrial original, sendo os principais o power electronics (Ex: Genocide Organ, Suttcliffe Jugend) e death industrial (Ex.: Grey Wolves), tais estilos são evoluções naturais da música industrial não tendo contato com nenhuma outra cena, seja eletrônica ou rock. No cenário do industrial dançante, á partir dos anos 2004 as versões mais pop do ebm como o futurepop começam é despencar, essa queda é seguida do surgimento do industrial hardcore (mistura de gabber, frenchcore com industrial), technoid (meslca de IDM com noise rítmico) e o anhalt EBM (Electronic Body Music com fortes influênicas punk e oi!)


Sub-Gêneros

Desde que começou, a Música Industrial vêm se fragmentando, produzindo uma dezena de sub-gêneros. Por serem extremamente extensos, alguns consideram não ser necessário a criação de tantos grupos, já que todos podem ser considerados "industriais" de qualquer maneira.

Alguns deles estão descritos abaixo:


Noise

O Noise ("ruído", "barulho") têm um nome auto-explicativo. Surge oficialmente com o NON (projeto de Boyd Rice). Seu trabalho é seguido de perto pelo italiano Maurizio Bianchi e os ingleses do Whitehouse. O Meca do estilo é o Japão; de lá saem o Merzbow e o Masonna, seguidos de bandas que aproximaram o estilo do rock (Melt Banana, Boredoms, etc).


Merzbow

EBM

Uma junção do Synthpop e Música Industrial, auxiliada por uma leva de novas tecnologias musicais/digitais mais acessíveis, surgidas nos anos 1980: os samplers, os sintetizadores baratos da Yamaha e o protocolo MIDI. Os representantes mais conhecidos desse gênero são o Nitzer Ebb, Front 242 e até mesmo o Kraftwerk.


Front 242

Rock Industrial

Paralelo ao surgimento da Música industrial, o Pós-punk produziu muitas bandas que viriam a ser extremamente influentes as futuras gerações da Música Industrial. Um exemplo é o "death disco" do grupo PIL, uma mistura tensa de Dub, Krautrock e discothèque. Podemos também citar, da mesma geração, o "punk ácido" do Chrome, o rock esquizóide do Pere Ubu ou a depressão em forma de música que é o Joy Division.

A segunda geração do Pós-punk, no entanto, foi a que realmente mereceu o título de "Rock Industrial". Dela saíram o Throbbing Gristle, Cabaret Voltaire, Killing Joke, Skinny Puppy e, mais tarde, o Young Gods e o Nine Inch Nails.


Nine Inch Nails

Isolationism

Também conhecido como "Dark Ambient", é a junção da Música ambiente, criada por Brian Eno, e a Música industrial "original". Os primeiros discos do gênero datam do início dos anos 1980. Alguns destaques do estilo: Lull, Final, :ziovet*france, Nocturnal Emissions, Lustmord' e Scorn.


Lustmord


Neofolk

A partir da 2º geração da Música Industrial, surgem artistas que transmutam a "filosofia" desse estilo para um contexto folk.

Metal Industrial

Se diz com frequência o Metal Industrial é só a junção do Heavy metal com a Música industrial. A verdade é mais complexa que isso: no Metal industrial cabem também o Pós-punk, o Hardcore, o Rock Alternativo, o Death Metal e o Drum and Bass.

Aqui, uma lista dos grupos proeminentes do estilo:

Rammstein
Nine Inch Nails
Filter
Ministry
Fear Factory
Static-x
Marilyn Manson
Godflesh
Spineshank
Orgy
KMFDM
White Zombie


Rammstein


E aqui uma outra lista, com alguns destaques recentes:

Celldweller
Mortiis
Dope
Eisbrecher
The Kovenant
Megaherz
Pain
Deathstars
Deadstar Assembly


Deathstars

Cyber Metal

termo "Crossover" e sua validade para a Música Industrial
O Metal industrial é às vezes chamado de "crossover". A origem dessa tendência talvez venha de uma declaração do Sasha Konietzko (KMFDM): ele disse que o grupo Alemão fazia uma espécie de "industrial-electronic-crossover-rock". Numa matéria para a Bizz, Enéas Neto chama o Revolting Cocks e o Ministry de "crossover techno-metal". Outros grupos mais recentes de Metal industrial da Alemanha - conhecidos coletivamente como o Neue Deutsche Härte - se chamam (ou são chamados) de "crossover". Alguns exemplos: Megaherz, Eisbrecher, Oomph! e Tanzwut
Num sentido mais amplo, um crossover é "a apropriação de um estilo (especialmente na música popular), combinando-o com elementos de diferentes gêneros para fazê-lo mais palatável ao grande público" [19]. No contexto do rock underground, a sua assepção original era a mistura de Hardcore com Thrash metal que grupos como Dirty Rotten Imbeciles, S.O.D. e Agnostic Front promoviam em meados dos anos 1980. A intenção deles também era atingir um público maior: o publico do Metal . Baseados na sua definição original, há quem conteste o uso do termo Crossover para rotular bandas de Rock / Metal Industrial.

Futurepop

Surgido em meados dos anos 1990, é uma mistura de Synthpop oitentista, Trance europeu dos anos 1990 e EBM "old school". Alguns destaques do gênero: The Covenant, VNV Nation e Apoptygma Berzerk.


Apoptygma Berzerk

Terror EBM (ou Hellektro)

É mais um sub-tipo de EBM contemporâneo que atualiza o som frio e mecânico do Front 242 enxertando-o com os vocais guturais e a bateria eletrônica distorcida do Skinny Puppy. O Hocico, Suicide Commando e Combichrist são as bandas mais populares do gênero. A temática paranóica e pessimista dos anos 1980 volta com carga total.


Suicide Commando

Fonte Wikipedia

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